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O que são operações de hedge? Vale a pena?

Você já pensou em como se proteger das oscilações do mercado financeiro, que podem afetar o valor dos seus investimentos? Uma das formas de fazer isso é por meio das operações de hedge, que são estratégias que visam reduzir ou eliminar o risco de perda financeira com as variações de preço de um determinado ativo. Neste artigo, vamos explicar o que são as operações de hedge, como funcionam, quais são os tipos e os benefícios, e como você pode aplicá-las na sua carteira de investimentos.

O que são as operações de hedge?

Hedge é uma palavra em inglês que significa “cobertura, cerca ou limite”. No mercado financeiro, hedge é uma operação que tem o objetivo de proteger o valor de um ativo contra as possíveis variações de preço no futuro, que podem ser negativas ou positivas. Por exemplo, se você tem uma dívida em dólar, e teme que a moeda americana se valorize em relação ao real, você pode fazer uma operação de hedge para fixar o valor da sua dívida em reais, e assim evitar um aumento do seu custo. Ou, se você tem ações de uma empresa, e acredita que elas podem se desvalorizar no curto prazo, você pode fazer uma operação de hedge para garantir o valor das suas ações, e assim evitar uma perda de patrimônio.

As operações de hedge são realizadas por meio de contratos derivativos, que são instrumentos financeiros que derivam o seu valor de outro ativo, chamado de ativo-objeto. Os contratos derivativos mais comuns são os contratos futuros, os contratos a termo, as opções e os swaps. Esses contratos permitem que os investidores negociem o valor de um determinado ativo para uma data futura, podendo se beneficiar ou se proteger das variações de preço desse ativo.

Como funcionam as operações de hedge?

As operações de hedge funcionam como uma espécie de seguro, que visa reduzir ou eliminar o risco de uma operação financeira. Para fazer uma operação de hedge, o investidor precisa tomar uma posição contrária à sua posição original, ou seja, se ele tem um ativo que pode se valorizar, ele precisa vender esse ativo no mercado futuro, e se ele tem um ativo que pode se desvalorizar, ele precisa comprar esse ativo no mercado futuro. Dessa forma, ele consegue fixar o valor do seu ativo, e se proteger das variações de preço.

Por exemplo, suponha que você tenha 100 ações da empresa ABC, que estão cotadas a R$ 50 cada, e que você pretende vendê-las daqui a três meses. No entanto, você teme que as ações da empresa ABC possam cair no período, e que você possa perder dinheiro. Para se proteger, você pode fazer uma operação de hedge, vendendo 100 contratos futuros de ações da empresa ABC, com vencimento em três meses, pelo mesmo preço de R$ 50 cada. Assim, você garante que, independentemente do que aconteça com o preço das ações da empresa ABC, você receberá R$ 5.000 pela venda das suas ações no futuro. Veja o que pode acontecer em dois cenários:

  • Cenário 1: As ações da empresa ABC caem para R$ 40 cada. Você vende as suas 100 ações no mercado à vista, recebendo R$ 4.000. No entanto, você também liquida os seus 100 contratos futuros, recebendo a diferença entre o preço de venda e o preço de liquidação, que é de R$ 10 por contrato. Assim, você recebe R$ 1.000 pelos contratos futuros, totalizando R$ 5.000 pela operação. Você não teve lucro, mas também não teve prejuízo.
  • Cenário 2: As ações da empresa ABC sobem para R$ 60 cada. Você vende as suas 100 ações no mercado à vista, recebendo R$ 6.000. No entanto, você também liquida os seus 100 contratos futuros, pagando a diferença entre o preço de venda e o preço de liquidação, que é de R$ 10 por contrato. Assim, você paga R$ 1.000 pelos contratos futuros, totalizando R$ 5.000 pela operação. Você não teve lucro, mas também não teve prejuízo.

Como você pode ver, a operação de hedge não visa obter lucro, mas sim proteger o valor do seu ativo. Se você não tivesse feito a operação de hedge, você teria tido um prejuízo de R$ 1.000 no cenário 1, e um lucro de R$ 1.000 no cenário 2. No entanto, você também teria assumido um risco maior, pois não saberia qual seria o preço das ações da empresa ABC no futuro.

Quais são os tipos de hedge?

Existem vários tipos de hedge, que podem ser classificados de acordo com o ativo-objeto, o instrumento derivativo, o objetivo e a forma de realização. Veja alguns exemplos:

  • Hedge em commodities: É o tipo de hedge mais antigo e mais comum, que visa proteger o valor das commodities, como produtos agrícolas, minerais e energéticos, que estão sujeitos a variações de preço devido à oferta e demanda, ao clima, à política, etc. Os produtores e consumidores de commodities podem fazer hedge por meio de contratos futuros ou a termo, fixando o preço de compra ou venda das commodities para uma data futura. Por exemplo, um produtor de café pode vender contratos futuros de café, garantindo o preço de venda da sua safra, e um consumidor de café pode comprar contratos futuros de café, garantindo o preço de compra do seu insumo.
  • Hedge cambial: É o tipo de hedge que visa proteger o valor das moedas estrangeiras, que estão sujeitos a variações de preço devido à taxa de câmbio, à política monetária, à balança comercial, etc. Os investidores e empresas que possuem ativos ou passivos em moeda estrangeira podem fazer hedge por meio de contratos futuros, a termo, de opções ou de swaps, fixando o valor da moeda estrangeira em reais para uma data futura. Por exemplo, um investidor que possui ações de uma empresa americana pode vender contratos futuros de dólar, garantindo o valor das suas ações em reais, e uma empresa que possui uma dívida em dólar pode comprar contratos futuros de dólar, garantindo o valor da sua dívida em reais.
  • Hedge natural: É o tipo de hedge que visa proteger o valor dos ativos ou passivos por meio de uma compensação natural, sem a necessidade de contratos derivativos. Os investidores e empresas que possuem ativos ou passivos que se correlacionam negativamente podem fazer hedge natural, pois a variação de um tende a anular a variação do outro. Por exemplo, um investidor que possui ações de uma empresa exportadora pode fazer hedge natural comprando ações de uma empresa importadora, pois a valorização do dólar tende a beneficiar a primeira e prejudicar a segunda, e vice-versa. Uma empresa que possui receitas e custos em moeda estrangeira pode fazer hedge natural, pois a variação do câmbio tende a afetar ambos na mesma proporção.
  • Hedge em ações: É o tipo de hedge que visa proteger o valor das ações, que estão sujeitos a variações de preço devido à performance das empresas, ao cenário econômico, à conjuntura política, etc. Os investidores que possuem ações podem fazer hedge por meio de contratos futuros, de opções ou de swaps, fixando o valor das suas ações para uma data futura. Por exemplo, um investidor que possui ações da empresa ABC pode fazer hedge vendendo contratos futuros de ações da empresa ABC, garantindo o valor das suas ações, ou comprando opções de venda de ações da empresa ABC, garantindo o direito de vender as suas ações por um preço predeterminado.

Quais são os benefícios do hedge?

O hedge é uma estratégia que traz vários benefícios para os investidores e empresas que a utilizam, como:

  • Redução ou eliminação do risco de perda financeira com as variações de preço dos ativos;
  • Maior estabilidade e segurança nas operações financeiras;
  • Maior previsibilidade e planejamento dos fluxos de caixa;
  • Maior competitividade e rentabilidade dos negócios;
  • Maior diversificação e otimização da carteira de investimentos.

Como fazer hedge na prática?

Para fazer hedge na prática, o investidor ou a empresa precisa seguir alguns passos, como:

  • Identificar o ativo que está sujeito ao risco de variação de preço, como uma commodity, uma moeda, uma ação, etc.
  • Identificar o instrumento derivativo que pode ser usado para fazer hedge desse ativo, como um contrato futuro, um contrato a termo, uma opção, um swap, etc.
  • Identificar o mercado onde esse instrumento derivativo é negociado, como a B3, o mercado de balcão, etc.
  • Identificar a quantidade e o prazo da operação de hedge, de acordo com a exposição e o objetivo do investidor ou da empresa.
  • Identificar a taxa ou o preço do instrumento derivativo, que pode ser fixo ou variável, de acordo com a oferta e a demanda do mercado.
  • Identificar a garantia ou a margem que deve ser oferecida para realizar a operação de hedge, que pode ser dinheiro, títulos, ações ou outros ativos.
  • Executar a operação de hedge, por meio da corretora de valores, que intermediará a negociação do instrumento derivativo com o outro agente do mercado.
  • Acompanhar a evolução do preço do ativo e do instrumento derivativo, e decidir se mantém ou encerra a operação de hedge, de acordo com a conveniência e a estratégia do investidor ou da empresa.
  • Liquidar a operação de hedge, devolvendo o instrumento derivativo ao seu dono original, e recebendo ou pagando a diferença entre o preço de compra e o de venda.
  • Para ilustrar melhor como fazer hedge na prática, vamos ver um exemplo de uma operação de hedge cambial, que visa proteger o valor de uma dívida em dólar.
  • Exemplo de hedge cambial
  • Suponha que uma empresa brasileira tenha uma dívida de US$ 100.000 com um fornecedor americano, que deverá ser paga daqui a seis meses. No entanto, a empresa teme que o dólar se valorize em relação ao real nesse período, e que isso aumente o custo da sua dívida. Para se proteger, a empresa decide fazer uma operação de hedge cambial, comprando contratos futuros de dólar, que são negociados na B3.
  • A empresa consulta a cotação do contrato futuro de dólar com vencimento em seis meses, e verifica que ele está sendo negociado a R$ 5,20 por dólar. A empresa decide comprar 100 contratos futuros de dólar, que equivalem a US$ 100.000, pelo preço de R$ 5,20 por dólar. Assim, a empresa garante que, independentemente do que aconteça com a cotação do dólar no futuro, ela pagará R$ 520.000 pela sua dívida em dólar.
  • A empresa oferece uma garantia para realizar a operação de hedge, que pode ser dinheiro, títulos, ações ou outros ativos. A garantia é exigida pela B3, que administra o mercado futuro, para assegurar o cumprimento dos contratos. A garantia é calculada com base na margem de variação, que é a diferença entre o preço de ajuste do contrato futuro e o preço de fechamento do dia anterior. A margem de variação pode ser positiva ou negativa, dependendo da variação do preço do contrato futuro.
  • A empresa acompanha a evolução do preço do dólar e do contrato futuro, e decide se mantém ou encerra a operação de hedge, de acordo com a sua conveniência e estratégia. Veja o que pode acontecer em dois cenários:
  • Cenário 1: O dólar se valoriza em relação ao real, e chega a R$ 5,50 por dólar no vencimento do contrato futuro. A empresa paga a sua dívida em dólar, gastando R$ 550.000. No entanto, a empresa também liquida os seus contratos futuros de dólar, recebendo a diferença entre o preço de compra e o preço de liquidação, que é de R$ 0,30 por dólar. Assim, a empresa recebe R$ 30.000 pelos contratos futuros, totalizando R$ 520.000 pela operação. A empresa não teve lucro, mas também não teve prejuízo.
  • Cenário 2: O dólar se desvaloriza em relação ao real, e chega a R$ 4,90 por dólar no vencimento do contrato futuro. A empresa paga a sua dívida em dólar, gastando R$ 490.000. No entanto, a empresa também liquida os seus contratos futuros de dólar, pagando a diferença entre o preço de compra e o preço de liquidação, que é de R$ 0,30 por dólar. Assim, a empresa paga R$ 30.000 pelos contratos futuros, totalizando R$ 520.000 pela operação. A empresa não teve lucro, mas também não teve prejuízo.
  • Como você pode ver, a operação de hedge cambial permitiu que a empresa fixasse o valor da sua dívida em reais, e se protegesse das variações do dólar. Se a empresa não tivesse feito a operação de hedge, ela teria tido um prejuízo de R$ 30.000 no cenário 1, e um lucro de R$ 30.000 no cenário 2. No entanto, ela também teria assumido um risco maior, pois não saberia qual seria a cotação do dólar no futuro.