RNEW3: Uma aposta arriscada, mas com potencial de valorização no setor de energia renovável

A Renova Energia (RNEW3) é uma empresa que atua na geração de energia elétrica por fontes renováveis, como eólica, hidrelétrica e solar. A empresa tem projetos em vários estados do Brasil, mas também enfrenta dificuldades financeiras, operacionais e regulatórias. Neste artigo, vamos analisar os principais aspectos da empresa, seus resultados, seus riscos e suas perspectivas, e avaliar se vale a pena investir em RNEW3 para o longo prazo.

O que é a Renova Energia?

A Renova Energia é uma companhia brasileira de geração de energia elétrica renovável, fundada em 2001 por Ricardo Delneri e Renato Amaral. A empresa atua com a matriz eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e projetos de energia solar. A empresa opera de modo integrado, realizando a prospecção, desenvolvimento, implementação e operação de seus projetos. A empresa desenvolve projetos de pequenas centrais hidrelétricas e opera três usinas no sul da Bahia. A atuação em fonte eólica teve início em 2006 e desde então constitui o principal negócio da companhia. Em 2014, a Renova ampliou seu portfólio com a aquisição de 51% da Brasil PCH, adicionando 148,4 MW. Em 2013, a empresa inaugurou sua primeira planta solar.

A Renova é listada no Nível 2 de Governança Corporativa da B3, o que significa que ela segue as melhores práticas de governança corporativa. A empresa também tem ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque, sob a forma de ADRs. A empresa tem como acionistas majoritários a Cemig GT, com 36,2% das ações ordinárias, a Light, com 17,2%, e a InfraBrasil, com 13,4%. O restante das ações está no mercado.

Como foram os resultados da Renova Energia?

A Renova Energia apresentou resultados negativos nos últimos anos, refletindo as dificuldades financeiras e operacionais que a empresa enfrenta. Em 2018, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 709 milhões, mas apresentou prejuízo líquido de R$ 856 milhões. A receita operacional líquida da companhia no no final de 2018 foi proveniente da comercializadora de energia, ou seja, dos contratos de venda de energia cujos parques ainda não estão em operação. Com isso, a empresa arcou com custos maiores na compra de energia para revenda.

Em 2019, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 241 milhões, mas apresentou prejuízo líquido de R$ 615 milhões. A empresa reduziu sua receita com a comercializadora de energia, mas também reduziu seus custos com a compra de energia. A empresa também teve impactos negativos de variações cambiais, provisões e impairment de ativos.

Em 2020, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 198 milhões, mas apresentou prejuízo líquido de R$ 1,2 bilhão. A empresa teve uma queda na receita com a comercializadora de energia, mas também teve uma redução nos custos com a compra de energia. A empresa também teve impactos negativos de variações cambiais, provisões, impairment de ativos e perdas em investimentos.

Em 2021, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 149 milhões no primeiro semestre, mas apresentou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão. A empresa teve uma queda na receita com a comercializadora de energia, mas também teve uma redução nos custos com a compra de energia. A empresa também teve impactos negativos de variações cambiais, provisões, impairment de ativos e perdas em investimentos.

Quais são os riscos e desafios da Renova Energia?

A Renova Energia enfrenta diversos riscos e desafios que podem comprometer a sua sustentabilidade e rentabilidade. Alguns deles são:

  • A empresa tem um alto endividamento, que compromete a sua capacidade de investimento e geração de caixa. A empresa encerrou o primeiro semestre de 2021 com uma dívida bruta de R$ 1,04 bilhão e uma dívida líquida de R$ 1,01 bilhão. A empresa tem um patrimônio líquido negativo de R$ 807 milhões, o que indica uma situação de insolvência.
  • A empresa está em recuperação judicial desde 2018, o que implica em restrições e incertezas para a sua operação e continuidade. A empresa apresentou um plano de recuperação judicial em 2019, que prevê a venda de ativos, a renegociação de dívidas e a capitalização da companhia. No entanto, o plano ainda não foi aprovado pelos credores e pela justiça, e enfrenta contestações e impasses.
  • A empresa depende das condições climáticas, dos preços das commodities, da demanda dos mercados interno e externo, da variação cambial, da regulação ambiental e da disponibilidade de crédito para o seu desempenho. A empresa está sujeita a riscos climáticos, de mercado, de regulação e de execução dos seus projetos, que podem impactar o seu desempenho e rentabilidade.
  • A empresa enfrenta a concorrência de outras empresas do setor de energia renovável, que podem oferecer melhores condições de preço, qualidade e segurança aos clientes. A empresa também enfrenta a competição de outras fontes de energia, como térmica, nuclear e biomassa, que podem ter vantagens competitivas em termos de custo, disponibilidade e confiabilidade.

Quais são as perspectivas e oportunidades da Renova Energia?

A Renova Energia também tem algumas perspectivas e oportunidades que podem favorecer a sua recuperação e valorização. Alguns deles são:

  • A empresa tem um portfólio diversificado de fontes de energia, que podem se beneficiar da demanda por energia limpa e sustentável. A empresa tem projetos em andamento ou em desenvolvimento que somam mais de 2,5 GW de capacidade instalada, sendo 2,1 GW de energia eólica, 0,3 GW de energia hidrelétrica e 0,1 GW de energia solar.
  • A empresa tem contratos de longo prazo para a venda de energia, que garantem uma receita futura e previsível. A empresa tem contratos de venda de energia no ambiente regulado (ACR) e no ambiente livre (ACL), com prazos de até 30 anos e preços médios de R$ 200/MWh.
  • A empresa tem parcerias estratégicas com grandes grupos do setor elétrico, como a Cemig e a Light, que podem apoiar o seu desenvolvimento e crescimento. A empresa também tem potenciais compradores para os seus ativos, como a AES Brasil, a Brookfield e a Omega, que podem gerar recursos para a sua reestruturação.
  • A empresa tem um baixo custo de produção de energia, que pode aumentar a sua margem e rentabilidade. A empresa tem um custo médio de geração de energia de R$ 50/MWh, sendo R$ 40/MWh de energia eólica, R$ 60/MWh de energia hidrelétrica e R$ 70/MWh de energia solar.

Vale a pena investir em RNEW3 para o longo prazo?

Investir em RNEW3 para o longo prazo é uma aposta arriscada, mas também com potencial de valorização. A empresa tem um portfólio de projetos de energia renovável que pode se beneficiar da demanda por energia limpa e sustentável, mas também tem um alto endividamento e está em recuperação judicial. A empresa tem resultados negativos e uma situação de insolvência, mas também tem contratos de longo prazo e parcerias estratégicas. A empresa tem riscos climáticos, de mercado, de regulação e de execução, mas também tem oportunidades de venda de ativos e de capitalização.

Portanto, investir em RNEW3 para o longo prazo requer uma análise criteriosa da empresa, dos seus fundamentos.

Fonte:

https://www.infomoney.com.br/cotacoes/b3/acao/renova-rnew3/

https://ri.renovaenergia.com.br/

https://www.suno.com.br/acoes/rnew3/

https://br.advfn.com/bolsa-de-valores/bovespa/renova-on-RNEW3/cotacao